DEPUTADO EVANGÉLICO BOLSONARISTA DIZ QUE LULA TEM SEU 'RECONHECIMENTO' E NÃO SE ARREPENDE DE ELOGIOS
O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última terça-feira, 15, durante a cerimônia que marcou a sanção do projeto de lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel. O deputado afirmou em entrevista à CNN Brasil que não se arrepende do encontro e do discurso cheio de elogios feitos ao presidente no evento.
À época, o ex-vice-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, embora a maioria dos evangélicos não tenha votado em Lula, eles estão “entre os brasileiros mais beneficiados pelos programas sociais de seu governo”. Ele citou o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida como exemplos de políticas que ajudam “essa gente humilde e temente a Deus.
“É preciso reconhecer programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, o ProUni, entre outros. Esses programas atingem uma boa parcela de nós, evangélicos, um povo que faz parte da base da pirâmide social. Não se tratava de elogios, mas de um reconhecimento”, declarou o deputado à emissora.
O parlamentar, que se autodefine como “conservador, de direita e evangélico”, destacou que o PT enfrenta dificuldades na comunicação com o eleitorado religioso. Segundo ele, o voto dos evangélicos é “baseado em princípios” e, enquanto Lula estiver associado à “pauta identitária e progressista”, continuará enfrentando resistência desse público.
“Enquanto Lula estiver envolvido com essa pauta (...), ele pode até ter reconhecimento, mas não terá o voto dos evangélicos. Eu reconheço Lula, mas não voto nele. Por que se envolver em questões que o afastam da igreja?”, questionou.
A presença de Otoni no evento no Palácio do Planalto gerou críticas dentro da base bolsonarista. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi um dos que atacaram o colega, classificando os seus agradecimentos ao petista como uma “atitude patética”.
O parlamentar minimizou as críticas, defendendo que as lideranças evangélicas precisam seguir um novo caminho, sem vínculo com Lula ou Bolsonaro. Para ele, “a igreja foi tomada por uma paixão política, da qual eu mesmo já participei, mas agora precisa voltar à sua missão e papel”. Ele também afirmou que, em alguns templos, “defender Bolsonaro parece mais importante do que defender a fé”.
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