PABLO MARÇAL EVANGÉLICO?

Em se tratando de política partidária, nenhum segmento é mais surpreendente do que o evangélico. A começar pela dita Bancada Evangélica. São comuns posições surreais e bizarras, tudo em nome do conservadorismo e dos bons costumes.

Quem não se lembra do apoio irrestrito ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro? Ele, embora se dizendo católico, não poucas vezes é incensado nos templos pentecostais e neopentecostais e ovacionado como um verdadeiro bezerro de ouro, afrontando o bom senso, o sagrado e a separação entre igreja e estado.

Sinceramente eu ainda não consegui entender essa lógica e essa predileção pelo inusitado, pela adesão cega por candidatos de histórias e moral duvidosas que motiva o segmento evangélico.

Por esses dias me deparei com um vídeo na internet, publicado por um pastor que tem programa na TV, cujo nome prefiro omitir, para não criar embaraços. O referido pastor, da cidade mineira de Juiz de Fora, em seu vídeo, com inúmeras curtidas, exaltava veementemente o auto intitulado ex-coach, Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo. O pastor em questão, enaltecia as supostas qualidades de Marçal, jogando confetes e fazendo loas ao ex-quadrilheiro bilionário, deixando a entender que ele é exemplo de caráter e virtude e que seria o nome mais acertado para governar a maior capital da América Latina. É bom lembrar aqui, que São Paulo não é a cidade do referido pastor tiete do candidato Pablo Marçal.

Marçal, como se sabe, não é nada santo. Em 2005, veio à tona, com a Operação Pegasus, deflagrada pela Polícia Federal para desmontar um grupo que criava sites falsos de instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, com o intuito de desviar dinheiro. Segundo os investigadores, o bando era tido como a “maior quadrilha de piratas da internet brasileira”. Na época, Marçal tinha 18 anos. Ele fazia parte do bando e foi condenado a 4 anos e 5 meses por furto qualificado,  mas escapou da prisão, pois o crime prescreveu depois de vários recursos apresentados pela sua defesa.

Além desses crimes da quadrilha, Marçal tem outras acusações que pesam sobre ele. Denúncias de ex-clientes que o acusam de enganação e lavagem cerebral. Há pelo menos 18 processos contra Marçal e suas empresas por consumidores insatisfeitos.

Mas por mais incrível que pareça, Marçal convence boa parte dos evangélicos com o seu discurso recheado de citações bíblicas e do palavrório evangeliquês. Porém, caso não saibam, o coach não é membro e nem frequenta nenhuma igreja evangélica de fato. Ele é um “desigrejado”. Mesmo que insista em dizer que é filho da Assembleia de Deus.

Como deu para perceber nessas poucas linhas, evangélicos muitas vezes tem uma certa fascinação cega por gente assim. Eles adoram figuras messiânicas como Marçal e Bolsonaro.

Uma boa parte do segmento não têm conhecimento bíblico-teológico e se deixa levar por pastores espertalhões e oportunistas que se aproveitam da boa fé dos fiéis para induzi-los a votar em pessoas como Marçal.

Que o povo de Deus seja mais esperto e não se deixe enganar tão facilmente. Vamos nos embasar na palavra de Deus e na sua justiça para que a igreja seja realmente luz do mundo e sal da terra.

 

Haroldo Mendes

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDRÉ E FELIPE VALADÃO QUEREM SEGREDO DE JUSTIÇA SOBRE O CASO DO USO DA MARCA LAGOINHA

LÍDER DA IGREJA ANGLICANA RENUNCIA APÓS SER ACUSADO DE ENCOBRIR ABUSOS SEXUAIS DE MENORES

VÍCIO EM BETS ATINGE O MEIO EVANGÉLICO E PREOCUPA LÍDERES RELIGIOSOS