A Teologia perde o teólogo da esperança

 

"Acreditar na ressurreição não significa apenas assentimento para um dogma e observar um fato histórico. Significa participar deste ato criativo da ... A ressurreição não é um ópio consolador, nos acalmando com a promessa de um mundo melhor no futuro. É a energia para um renascimento desta vida. A esperança não aponta para outro mundo. É focado na redenção deste."

Jürgen Moltmann Nasceu em Hamburgo e, de 1945-1948, foi prisioneiro dos aliados na Bélgica e na Ingla­terra. Esses anos de prisão levaram-no a refletir sobre o sentido da vocação cristã. A partir de 1952, atuou como pastor da Igreja Luterana. Desde 1967, foi professor de teologia sistemática na Universidade de Tubinga.
Moltmann foi um escritor prolífico, centrado integralmente em “olhar a teologia sob um ponto de vista particular: a esperança. É uma contribui­ção sistemática à teologia, na qual considera o contexto e a correlação que os diferentes concei­tos têm no campo da teologia”.
Suas principais obras são: Teologia da espe­rança (1964), que o torna conhecido como um dos grandes teólogos de hoje na linha de *Barth e de *Bultmann. Nela confirma a importância que a escatologia tem na doutrina do Novo Testamen­to; a escatologia, não como crença em fatos con­cretos que devem acontecer nos finais dos tem­pos, mas como fator que modela toda a teologia cristã. Tal perspectiva escatológica do cristianis­mo é interpretada como promessa, como plata­forma para a futura esperança. É base para uma transformação antecipada do mundo da nova ter­ra prometida. A meta da missão cristã não é sim­plesmente uma salvação individual, pessoal, nem sequer espiritual; é a realização da esperança da justiça, da socialização de toda a humanidade e da paz do mundo. Esse outro aspecto de recon­ciliação com Deus pela realização da justiça foi descuidado pela Igreja. A Igreja deve traba­lhar por essa realização, baseada na esperança futura.
O Crucificado (1972) expõe a doutrina de Deus a partir da perspectiva da cruz. O Deus cris­tão é um Deus que sofre de amor. Não é um sofri­mento imposto de fora — pois Deus é imutável —, mas um sofrimento de amor, ativo. É um so­frimento aceito, um sofrimento de amor, livre, li­gado ao Deus sofredor de Auschwitz e do exter­mínio judeu. A esse livro deve-se acrescentar A Igreja no poder do Espírito (1975). Neste estuda a atividade reconciliadora de Deus no mundo, vista sob a perspectiva da Ressurreição, da Cruz e de Pentecostes. “A Igreja — diz Moltmann — deve estar aberta a Deus, aos homens, e aberta ao futuro tanto de Deus quanto dos homens. Isso pede da Igreja não uma simples adaptação às rápidas mudanças sociais, mas uma renovação interior pelo Espírito de Cristo e a força do mundo futu­ro.” Isso faz com que a Igreja tenha de ser Igreja de Jesus Cristo e Igreja missionária. Deve ser tam­bém uma Igreja ecumênica, que quebre as barrei­ras entre as Igrejas. E deve ser também política: a dimensão política — agrade ou não — sempre existiu nela. A *Teologia da Libertação ensina a Igreja a tomar partido pelos pobres e humilhados deste mundo.
Finalmente, em A Trindade e o reino de Deus (1980) estuda o mistério da Trindade de Deus fa­zendo “uma história trinitária”. Examina a pai­xão de Cristo e vê, no abandono de Cristo na cruz por Deus, o centro da fé cristã. “Deus é abando­nado por Deus.” Apóia a sua doutrina social na “Doutrina Trinitária do Reino”, baseada nas idéi­as de *Joaquim de Fiore, elaborando assim uma “Doutrina Trinitária da Liberdade”.

Fonte: historiadaigreja-com.webnode.page/n/moltmann-jurgen-1926-/

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